EM QUEM PODEMOS CONFIAR NO MUNDO CORPORATIVO?

Um mergulho nas relações de confiança no ambiente corporativo.

Inspirado em conversas com amigos de longa data.

Houve um tempo em que era possível confiar. No ambiente corporativo, não era raro encontrar quem se tornasse confidente para além dos assuntos de trabalho — trocas sinceras sobre dilemas pessoais.

Eram colegas que nos ajudavam a decifrar dificuldades técnicas, dividiam aprendizados sem reserva, seguravam a barra nos bastidores e, com o tempo, se tornavam amigos de uma vida.

Mas o que mudou?

Nas fases iniciais de projetos, conduzimos uma escuta qualificada do ambiente relacional corporativo –para entender onde estamos pisando. A neutralidade da consultoria permite capturar fatos e relatos que dificilmente emergem no fluxo interno. Temos evidenciado que ainda há relações de confiança, mas diminuindo e mantidas em círculos bem restritos. A troca franca está dando lugar a autocensura e à blindagem emocional. Compartilhar o que se pensa ou sente passou a ser arriscado – a franqueza deixou de aproximar e passou a frear a construção de vínculos de confiança.

O que alimenta?

  • Avanço dos interesses pessoais sobre o compromisso com o outro e o coletivo;
  • A lógica do negócio que contamina as relações humanas – ambientes onde metas agressivas justificam condutas.
  • A confiança que vira encenação, usada por conveniência.
  • Ambientes guiados por disputas de influência onde ser transparente é risco.
  • Culturas que pregam apoio e colaboração, mas recompensam a competitividade disfarçada de meritocracia.

Por que a confiança no ambiente corporativo virou risco?

Quando a confiança se desgasta, temos um custo – desengajamento e desumanização. Esse custo cresce no indivíduo, se espalha pela permissão corporativa que corrói as relações e traz consequências muito relatadas:

  • Mais silos e menos entregas coletivas.
  • “Gente boa que se isola ou vai embora.”
  • Conversas estratégicas – preservar espaço, imagem e vantagem.
  • “Convivência vazia – sem vínculos”.

Em suma, a confiança deixa de ser prática viva da cultura e “passa ser apenas um relato do que já foi, mas que hoje não é mais”.  “O que sobra é a formalidade do convívio.”

É possível retomar?

Sim, mas não somente com discursos prontos, nem com retórica da cultura organizacional e explicações sociológicas interessantes sobre as gerações X, Y, Z etc.  A base para retomar está no indivíduo e anterior ao fator corporativo. Um bom recomeço talvez seja se perguntar:

– Você confiaria em você se fosse seu colega de trabalho?

– Quais relações de confiança ainda permanecem com colegas do passado?

Fechando

Não se trata de resgatar uma nostalgia. A confiança no ambiente corporativo não é um valor perdido — é uma prática deve ser cultivada, mesmo quando o ambiente corporativo não convide. Ainda se encontram colegas que jogam juntos, que não disputam espaço e compartilham segurança. E por mais que sejam poucos ou apenas um, pelo menos se confirmem verdadeiros no tempo.

Search

Você sabe que seu negócio pode fazer mais e melhor

Vamos acelerar, escalar e crescer juntos?
Não há mais posts para carregar.

© Todos os direitos reservados

Desenvolvido com ❤️ por SLEC